Identificar riscos aos quais os colaboradores estão expostos é uma das responsabilidades da empresa. Por isso, quando o tema é segurança, um mapa de risco surge como uma ferramenta extremamente útil na prevenção de acidentes (Ele mostra visualmente a percepção dos empregados quanto aos riscos do ambiente de trabalho).
Para elaborar um mapa de risco completo, é necessário que se faça um diagnóstico detalhado do ambiente e dos processos realizados. O mapa é considerado tão eficaz que se faz obrigatório em todos os países em que a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) atua, incluindo o Brasil, por meio da NR5 (Norma Regulamentadora 5).
É exatamente devido a sua importância — e obrigatoriedade — que preparamos um guia completo sobre o tema. Quer aprender como fazer um bom mapa de risco? Então, continue a leitura!
Afinal, o que é um mapa de risco?
O mapa de risco é uma ferramenta criada por italianos, na década de 60, e trazida ao Brasil somente no fim dos anos 70, quando houve um aumento da produção industrial e, consequentemente, dos acidentes de trabalho. Porém, apenas em 1992 é que se tornou obrigatório.
Ele é, basicamente, uma representação gráfica, em planta baixa do layout do ambiente de trabalho, que localiza e explicita os fatores de risco que podem existir em um local de trabalho conforme a percepção dos trabalhadores. Veja, a seguir, o que representa cada cor:
- verde: riscos físicos como ruídos, temperatura, umidade, pressão, vibrações etc.;
- marrom: riscos biológicos como fungos, vírus, bactérias, parasitas etc.;
- vermelho: riscos químicos como gases, poeira, névoas, químicos em geral;
- amarelo: riscos ergonômicos como esforço físico, repetitividade de tarefas, postura inadequada etc.;
- azul: risco de acidentes que podem acontecer pela má preparação do ambiente de trabalho, como máquinas sem proteção, iluminação inadequada, presença de animais peçonhentos etc..
Além disso, o tamanho dos riscos também é representado com uma variação no tamanho dos círculos coloridos.
Entenda a sua função
O mapa de risco é uma ferramenta auxiliar para evitar acidentes de trabalho. Ao elaborá-lo, é possível indicar medidas de prevenção e mitigação dos referidos riscos, assim como situações de potencial adoecimento do colaborador.
Ele também tem como objetivo a disseminação da informação e conscientização dos colaboradores, que após perceberem os riscos aos quais podem estar expostos, seguem uma tendência de se tornarem mais zelosos pela própria segurança. É importante ressaltar que esses riscos podem ser reais ou não.
Cabe observar que o mapa é uma avaliação qualitativa, normalmente representado por círculos de cores e tamanhos diferentes, em acordo com o ambiente analisado e, também, conforme a percepção do colaborador. Cada um deles representa a intensidade dos riscos.
Como elaborá-lo?
De acordo com a NR5, o mapa de riscos deve ser elaborado pela CIPA com orientação SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) — onde ele existir — ou por empresas terceirizadas, que sejam especializadas.
Para facilitar, estruturar o processo de elaboração em etapas menores pode ser uma boa ideia. O primeiro passo seria estudar e identificar os riscos que podem comprometer a segurança e a saúde do trabalhador em todo o empreendimento, de acordo com os grupos que apresentamos anteriormente.
Uma sugestão é dividir a empresa em setores para facilitar o diagnóstico dos agentes de risco. O levantamento das informações pode ser feito com entrevistas dos funcionários e anotação das impressões sobre o ambiente de trabalho.
Conhecer todo o processo é fundamental, desde a quantidade e perfil dos colaboradores envolvidos, até as ferramentas e equipamentos utilizados, sem esquecer as condições ambientais, insumos e matérias primas.
Após isso, um estudo mais detalhado poderá determinar o grau referente a cada um deles, classificando-os de acordo com a Tabela de Riscos prevista na NR9 (Norma Regulamentadora 9), lembrando que o Mapa de Risco também inclui a percepção do colaborador sobre os riscos ergonômicos e de acidentes.
Em seguida, é necessário determinar as medidas de segurança cabíveis para, por fim, elaborar o mapa em si, utilizando a planta (ideal) ou croqui do ambiente. Após a elaboração, o mapa passa pelo processo de aprovação da CIPA e pode finalmente ser apresentado para os colaboradores.
Por avaliar os processos e ambiente de trabalho, a equipe escolhida deve incluir pessoas com conhecimento técnico no setor em que a empresa atua. Afinal, uma montadora de carros certamente apresenta riscos diferentes de uma indústria farmacêutica, não é mesmo?
Ele possui validade?
Não. Porém, o mapa de risco deve ser atualizado diante de qualquer alteração no layout ou nos processos realizados. As mudanças em questão podem ser a aquisição de novas máquinas, modificação da disposição das entradas e saídas, aumento ou diminuição da jornada de trabalho etc.
Por que elaborá-lo?
A adoção de um mapa traz inúmeros benefícios para empregados e empregadores. Afinal, ele indica o nível dos riscos e auxilia na conscientização de todos os trabalhadores quanto ao uso dos EPIs e EPCs. Afinal, ele ajuda na conscientização de todos os colaboradores.
Sua implementação também pode vir a aumentar os índices de produtividade, competitividade e lucratividade por meio de uma melhora no clima organizacional, ocasionada pela proteção do colaborador e garantia de sua qualidade de vida durante a jornada de trabalho. O trabalhador se sente incluído nas decisões da empresa, visto que é ouvido durante o processo de elaboração.
Também não podemos deixar de destacar que as medidas de saúde e segurança do trabalho auxiliam fortemente na redução de gastos com acidentes e doenças, substituição de trabalhadores e danos patrimoniais.
Não podemos deixar de relembrar que o mapa de risco é obrigatório para todas as empresas que empreguem pessoas pelo regime CLT. O não cumprimento das normas regulamentadoras, de acordo com a NR1 (Norma Regulamentadora 1) gerará multas para a empresa.
Apesar de parecer um processo trabalhoso, o mapa de risco deve ser feito com atenção e dedicação para que realmente represente um forte aliado na prevenção de acidentes de trabalho. Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), no Brasil ocorrem cerca de 700 mil acidentes por ano, isso sem nem levar em consideração aqueles que não são registrados. Isso gera um gasto de quase 70 bilhões de reais para a Previdência. Muita coisa, não é mesmo?
Obviamente, o mapa de risco não faz milagres e deve ser implementado no contexto de um programa de conscientização, treinamentos e prevenção de acidentes. Nunca é demais lembrar que a segurança no trabalho é responsabilidade de todos.
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